Fundador

Congregação

Padre João Francisco de Siqueira Andrade

O Padre João Francisco de Siqueira Andrade, brasileiro, nasceu em Jacareí, SP, no dia 16 de julho de 1837. É o quinto de oito irmãos, sendo o primogênito também sacerdote. Seus pais: Miguel Nunes de Siqueira e Claudina Maria de Andrade. Foi batizado e crismado aos 31 de julho de 1837.

O tempo foi passando e quando jovem sentiu o chamado do Senhor para a Vida Sacerdotal. Iniciou sua caminhada como seminarista, sendo aluno do Seminário Diocesano de São Paulo onde fez seus estudos, partindo depois para a Província de São Pedro, no Rio Grande do Sul, quando foi recebido pelo Bispo Dom Sebastião Dias Laranjeiras e ordenado sacerdote, em 08 de dezembro de 1864.

No tempo de seminário, já sentia a força do seu carisma: “Como estudante, a minha grande preocupação era a educação da juventude brasileira. Decidi que depois de ordenado, fundaria uma Casa para educar meninos pobres”.

Ainda no primeiro ano de seu ministério sacerdotal, alistou-se como voluntário da Pátria com a missão de ser Capelão dos recrutas na Guerra do Paraguai, conflito armado ocorrido na América do Sul entre os anos de 1864 a 1870, com a participação também pelo Brasil.

Os horrores vividos na guerra levaram o Padre Siqueira a amadurecer o seu ideal de educação já alimentado desde seminarista. Ao regressar ao país, depara-se com órfãos e viúvas, e vê nos acontecimentos o apelo de Deus e a hora de iniciar sua obra de educação.

Escreve seu projeto de educação e o apresenta ao Imperador Dom Pedro II, em 15 de julho de 1868 e dois meses depois, ao dar aprovação, o Monarca acrescenta que a ideia era boa e humanitária, porém dificílima

Padre Siqueira inicia suas grandes peregrinações pelas fazendas do interior do Rio de Janeiro, Minas e São Paulo. Fraco, andando a cavalo, exposto ao sol e à chuva, às tempestades, a crítica e violência, nunca cedeu ao desânimo. “Caminharei de rua em rua, de casa em casa, até percorrer a cidade toda… com ânimo, disposto a aceitar, em nome de Deus, qualquer esmola que me queiram dar”. (Pe. Siqueira – Jornal Mercantil, em 05/05/1875)

Inaugura a mesma instituição pouco mais de dois anos de haver começado, em 22 de janeiro de 1871, sendo a Escola Doméstica de Nossa Senhora do Amparo projeto piloto de educação para todo o país, no Brasil Império.

Padre Siqueira tinha consciência da missão que recebera de Deus. “É justo que tendo feito o voto mais firme de minha existência em prol da infância desvalida e me consagrado ao bem da Igreja e da nossa Pátria, use de toda a franqueza para com o público, confessando diante de Deus, a quem nada se oculta, a sinceridade e a abnegação com que trabalho, embora o último selo desta declaração seja uma propriedade do futuro, juiz infalível e implacável do passado. Longe de mim a presunção de alguma virtude extraordinária. Oh! Bem sei que o meu espinhoso caminho está há muito traçado pela mão da Providência, e que não é outro senão o da humildade e da resignação. Na verdade, compreendo bem a responsabilidade que tenho assumido. Porém é também certo que, há muito tempo, não vivo mais para mim, e que todos os sacrifícios por que possa ainda passar estão de antemão oferecidos a Deus no altar da caridade”. (Pe. Siqueira – Jornal Mercantil, em 05/05/1875)

Morre em 10 de abril de 1881, aos 43 anos, em consequência de tuberculose contraída no período da guerra. Deixa um legado de educação e uma Congregação religiosa para a Igreja, iniciada por sua sobrinha, continuadora de sua obra.

Uma existência de pleno testemunho, nomeado, ainda em vida, como o Apóstolo da Caridade.

Fundadora

Congregação

Irmã Francisca Pia (Mamãezinha)

Nasceu em Jacareí, SP, em 21 de outubro de 1856. No batismo, recebeu o nome de Francisca Narcisa de Siqueira, filha de Narciso Antunes de Siqueira e Ana Cândida de Oliveira. Aos 17 anos, falecendo sua mãe, permanece em companhia da madrinha e tia materna, Benedita Agostinha de Oliveira. Seu pai, tenente Narciso, preocupado com sua educação, a conduz para o Colégio da Providência, no Rio de Janeiro, onde recebe boa formação e conclui o curso de Professora.

No dia 29 de setembro de 1877, festa de São Miguel, a convite de seu tio paterno, Padre Siqueira, aos 20 anos, contrariando a vontade do próprio pai, segue com destino a Petrópolis.

Comprovado seu zelo e carinho no cuidado das órfãs, sente também o apelo de Deus para a vida religiosa.

O Padre Siqueira, nos primeiros tempos da Escola, costumava dizer às meninas internas: “Um dia vocês a tratarão de Irmã Francisca”, profecia que se cumpriu, em 17 de janeiro de 1906, como Congregação Religiosa de Direito Diocesano e em 24 de março de 1979, Congregação de Direito Pontifício./p>

No Amparo, a vida de Francisca foi plena doação ao cuidado e educação das crianças, durante 54 anos. Exerceu vários serviços, junto às alunas, como professora de religião, português, francês, música, trabalhos artísticos e manuais.

A presença do Padre Siqueira no Amparo, ao lado de Francisca, foi por apenas três anos e quatro meses, tempo suficiente para ela conhecer e guardar em seu coração os sentimentos e o ideal de seu tio. No desempenho fiel de suas tarefas de educadora, cultiva os nobres sentimentos de amizade e de união entre os membros da família Siqueira Andrade.

Em 1885, foi nomeada diretora da Escola Doméstica de Nossa Senhora do Amparo, sendo, na ocasião, chamada pelas crianças de “Mamãezinha”.

Irmã Francisca Pia, permaneceu a frente da Congregação e foi quem enviou as Irmãs para o chão do Nordeste, atendendo o desejo do Padre Siqueira, que o Amparo estivesse presente em todos os recantos do Brasil. Assim, no ano de 1929, envia quatro Irmãs da Congregação para iniciar a missão no Colégio Nossa Senhora do Amparo. Foi a primeira missão no Nordeste e a última casa que Irmã Francisca como Superiora Geral da Congregação.

Irmã Francisca Pia, em meio aos desafios da vida, sempre mostrou a todos a face de Deus, dando testemunho dos gestos de Maria, através da bondade e da misericórdia.

Sua vida foi marcada pela simplicidade e bondade. “Sempre alegre e entusiasta, apesar das lutas da vida e das lições de experiências que ia acumulando, possuía um coração jovem e generoso, renovada, cada dia, no Santíssimo Sacramento… conservava sempre o seu espírito firme em Deus.”

Depois uma vida doada e entregue aos planos de Deus, vai acolhendo a dor e o sofrimento com muita fé e entrega. Depois de uma longa enfermidade, ela faz sua entrega definitiva a Deus, no dia 07 de janeiro de 1931.

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